quinta-feira, 28 de junho de 2018

Gênese Intelectual

Ao ver a Jill Bolte Taylor falando sobre como durante um derrame (ao perder controle sobre a capacidade de tecer símbolos) ela pode percerber os componentes de tudo ao seu redor, inclusive partículas, passei a refletir sobre este outro lado da inteligência que é a capacidade de destruir símbolos.
Vejo que o trabalho dito intelectual no cotidiano se concentra em construir símbolos apenas, e não em destruir, e isso no fundo difere o sábio do intelectual, o erudito do conhecedor.

Mas o que é destruir símbolos? É questionar pressupostos, crenças, nas ideias, nos fatos, na mente, no corpo. Uma cultura que cria muitos símbolos e não tem a mesma capacidade de destrui-los se torna poluída. O mesmo para uma pessoa assim. E não só, numa pessoa que só edifica, o conhecimento acaba virando crença. Num excesso de símbolos apenas o mecânico pode reinar, nunca o orgânico. É a burrice da intelectualidade. Por isso o contemplador, adquire capacidades intelectuais singulares, contemplar é uma arte, uma destruição profunda de símbolos.

Arte e contemplação... nossas braçadas contra a corrente.

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