Pelos Olhos.

Ela só queria paz e vivia simplesmente as margens do momento.
Em um olhar percebeu que ele faria tudo por ela.
Não queria ter mais do que podia dar, não há prazer em carregar dívidas.
Os passados presentes e futuros pressionados naquele olhar contaram mais que qualquer palavra que eles haviam trocado.
E ela decidiu ir embora.

Ele que via na supressão do eu o nascimento do coletivo, não vivia descansos.
Em um olhar, revelou todos seus medos.
Deu um passo pra frente e cinco para trás em um ballet temeroso.
Pegou o futuro, apoiou no passado e esqueceu onde estava.
Ele pensava que era por puro amor que estava erguendo os muros da segurança, mas esta só é necessária onde seu antônimo impera.
E ela decidiu partir.